Qual o impacto do cancelamento do carnaval para as empresas?

Não é de hoje que os empresários brasileiros estão vivendo uma montanha russa quando se trata do mercado nacional e as influências externas, cuja principal característica tem sido a incerteza. E para aqueles que ganharam fôlego no final do ano de 2021, foram logo bombardeados pela oscilação causada em janeiro com a disseminação da variante ômicron do coronavírus. Agora, um mês depois, os empreendedores precisam mais uma vez se preparar para enfrentar o recuo nas projeções de vendas após o cancelamento do carnaval de rua em várias cidades do país.

Alguns dados nos ajudam a entender o atual cenário, com o intuito principalmente de alertar para o que está por vir e tentar não apenas minimizar, mas buscar novas soluções e estratégias para vencer mais este período:

  • Em levantamento da Fecomércio-RJ, 39,2% dos empresários afirmaram que tiveram de afastar funcionários diagnosticados com Covid na primeira semana de janeiro. Para 40,5% dos comerciantes, os negócios foram prejudicados ou muito prejudicados durante o período.
  • No Carnaval de 2020, pouco antes da crise sanitária, foliões locais e turistas movimentaram R$906 milhões somente na cidade de São Paulo. O valor correspondeu a 6,5% da receita turística estimada pela prefeitura para todo o ano.

Para quem apostou na retomada das atividades presenciais com base nas expectativas criadas no final do ano passado, contratando mais colaboradores ou investindo na consolidação dos seus estoques com foco nas possíveis vendas geradas no carnaval, as perdas provavelmente serão ainda maiores. O impacto do cancelamento do Carnaval de rua este ano deverá ser maior porque, em 2021, ninguém mexeu no orçamento nem investiu para os dias de folia, diferentemente do que aconteceu nos últimos meses.

De acordo com pesquisa da Abrasel (Associação Brasileira de Bares e Restaurantes), 71% dos empresários do setor têm empréstimos bancários contratados -destes 22% estão com pelo menos uma parcela em atraso. Entre os devedores, 29% têm boletos vencidos há mais de 90 dias.

O setor de alimentação é o que mais gera movimento durante os dias de Carnaval, segundo estudo da CNC (Confederação Nacional do Comércio). Em 2020, bares e restaurantes faturaram R$4,8 bilhões no Brasil durante o período, o que representou 60% das receitas relacionadas ao turismo carnavalesco.

O que fazer? Algumas sugestões para os negócios que estão neste processo de reavaliação de investimentos e custos, são:

  • Se a empresa tem recurso financeiro escasso e registra queda na receita, uma possibilidade é adoção de escala 12 horas por 36 horas, em que o funcionário trabalha em um dia e folga no outro. Nesse caso, é preciso consultar a viabilidade da mudança com o sindicato ou associação da categoria.
  • O atual momento ainda exige muita cautela, negociar com fornecedores para alongar o máximo prazos de pagamento e tentar antecipar recebíveis são outras medidas que protegem o caixa e evitam o colapso da empresa em períodos com restrições e oscilações, como o atual.

 

Importante salientar ainda que, para tomar uma decisão assertiva para o seu negócio, primeiramente deve-se entender o atual cenário econômico e financeiro em que sua empresa está inserida. E para isso, é imprescindível, que as métricas estejam atualizadas, lembrem-se: informação correta, decisão correta. Tem dúvidas sobre seu ponto de equilíbrio? Seu fluxo de caixa está projetado para os próximos 12 meses? Suas previsões orçamentárias estão acontecendo de acordo com o previsto? Tem dúvidas sobre os itens mencionados? Fale conosco, podemos auxiliá-los da melhor forma possível.

 

*Fonte:https://www1.folha.uol.com.br/mpme/2022/01/cancelamento-do-carnaval-de-rua-poe-em-xeque-a-recuperacao-de-empresas.shtml

 

BENITO PEDRO VIEIRA SANTOS

CEO da Avante Assessoria Empresarial – VP do Grupo Alliance

Especialista em Reestruturação de Empresas

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