Mulheres em cargos de liderança fortalecem empresas

Não é de hoje que podemos constatar que mesmo com o avanço nas discussões sobre a presença feminina em cargos de liderança, o processo de equidade de gênero no mercado de trabalho continua a passos lentos no Brasil. Inclusive, já falei sobre este assunto em diferentes artigos e sempre com esse intuito, de mostrar que estamos avançando, mas que ainda há muito o que ser feito – dentro das empresas e na sociedade como um todo. E no mês de março, que ganha visibilidade por ser considerado o mês das mulheres, torna-se um período propício para propor reflexões e apresentar dados que nos ajudam a entender com mais precisão o atual cenário no país.

Mais de 50% das empresas de capital aberto que têm alta pontuação em ESG (sigla que representa critérios ambientais, sociais e de governança) têm mulheres em cargos de direção*. A ausência de mulheres em conselhos administrativos ocorre em 31% das companhias com baixo desempenho em pautas socioambientais. E isso ocorre porque a diversidade é um fator de inovação: quando um grupo é menos homogêneo, surgem mais ideias diferentes para lidar com a sustentabilidade e demais assuntos.

Segundo levantamento da Teva Indices*, apenas 14,1% dos assentos dos conselhos de administração das companhias de capital aberto são ocupados por mulheres. A escassez de diversidade de gênero pode implicar em baixa performance dessas empresas nas pautas de ESG (Environmental, Social and Governance). Ou seja, as empresas brasileiras de capital aberto estão longe de alcançar a equidade de gênero.

Além disso, os outros órgãos de liderança, como os conselhos fiscais e diretorias, não possuem mais do que 20% de mulheres sobre o total de participantes. E esses percentuais impressionam na comparação com o tamanho da população feminina no país. De acordo com os dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), as mulheres correspondem a 51,8% da população brasileira.

Ainda segundo a pesquisa, a ausência de mulheres executivas dentro de conselhos administrativos e diretorias é realidade para 17% das empresas de alta performance nas pautas socioambientais e governamentais. Ao comparar com as de baixo desempenho ESG, esse percentual sobe para 31%.

De novo, talvez a diversidade seja um dos principais fatores de inovação. Meios e pessoas diferentes, oferecem respostas diferentes – o que toda e qualquer empresa que queria crescer precisa.

E nesta busca por respostas diferentes, as mulheres quando ocupam altos cargos de liderança conseguem olhar para multifatores na hora de gerir riscos e são mais ponderadas em suas decisões. No caso dessa pesquisa que tem como foco a sustentabilidade que é sempre associada a longo prazo, elas mostram também que se você pensa na performance financeira, é preciso olhar para o longo prazo e investir para ter uma gestão de risco. Por isso, as mulheres estão mais associadas a estes pontos e ajudam a ter melhores resultados. Pense nisso.

 

*Fonte: https://einvestidor.estadao.com.br/comportamento/mulheres-cargos-lideranca-impulsionam-esg/

 

 

BENITO PEDRO VIEIRA SANTOS

CEO da Avante Assessoria Empresarial – VP do Grupo Alliance

Especialista em Reestruturação de Empresas

 

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