Mês das mães: saúde mental é pauta dentro e fora do trabalho

Nós últimos anos, a saúde mental se tornou um assunto presente nas rodas de conversas e discussões, dentro e fora das empresas. E não à toa, afinal, nunca foi tão necessário falar sobre o assunto e buscar formas de promover um maior bem-estar e autocuidado em uma sociedade cada dia mais ansiosa e refém de várias doenças.

Com essa abertura e um maior espaço para reflexão, as pessoas no geral passaram a procurar ajuda de profissionais e boa parte das empresas têm incentivado inclusive que seus colaboradores façam terapia ou algum acompanhamento específico, através de ajuda financeira ou pagamento integral das sessões.

Todo esse movimento e preocupação é resultado direto de uma série de mudanças nas quais fomos submetidos nas últimas décadas. A sociedade tem se transformado em uma velocidade recorde, as telas e tecnologias proporcionaram maior conexão e velocidade nas operações e negócios, mas também roubaram o tempo – já que agora se tornou quase impossível se “desconectar” ou delimitar o espaço entre trabalho e vida pessoal.

Junto com todas essas mudanças, vieram ainda crises mundiais e uma pandemia. Logo, não é difícil imaginar o porque de tantas pessoas apresentarem quadros de ansiedade, depressão e burnout (ou Síndrome do Esgotamento Profissional), afinal, todo esse cenário descrito acima é potencializado quando existe exaustão, estresse e esgotamento físico resultante de situações de trabalho que se tornam desgastantes, que demandam muita competitividade ou responsabilidade extrema.

No caso das mulheres, a sobrecarga é ainda maior já que – no geral, elas assumem ainda funções e responsabilidades em casa, com filhos e maridos, e precisam se desdobrar para dar conta de todas as tarefas, dentro e fora do escritório. Nesse contexto, se torna ainda mais necessário olhar para a saúde mental com ainda mais cuidado e atenção.

Um relatório da plataforma norte-americana Motherly, que produz conteúdo para mães, aponta que as profissionais que têm filhos possuem níveis de ansiedade e depressão mais altos do que os homens com filhos. Segundo o estudo, a preocupação com a saúde mental é maior do que com questões financeiras: 66% delas relatam impactos negativos da pandemia em sua saúde mental e 46% estão procurando por terapia. Ainda na mesma pesquisa, a flexibilidade no trabalho é apontada por 46% das mães como o principal benefício a ser oferecido por uma empresa.

À Forbes, a consultora Mary Beth Ferrante elencou os principais pontos em relação ao que os empregadores podem fazer para que essas profissionais prosperem tanto na maternidade quanto na carreira, são eles:

 

  1. Compartilhe esses dados com amigos, parceiros, colegas e líderes para discutir formas de apoiar as mães;
  2. Diga às equipes de trabalho quando precisar se ausentar para cuidar de algum familiar, isso incentiva uma cultura de apoio;
  3. Questione as organizações e lideranças sobre políticas e regimes de trabalho flexíveis;
  4. Eduque lideranças na implementação e suporte a cuidadores e pais, incentivando-os a serem exemplos.

 

Sabemos que as coisas estão mudando, mas em um ritmo ainda lento. Equilibrar a maternidade e a carreira continua sendo um desafio para a maior parte das profissionais que ainda precisam se provar no mercado e conquistar equidade. Entender isso é o primeiro passo, pensar em estratégias e ações dentro da sua empresa para mudar essa realidade, uma obrigação de todos nós.

 

 

Halyson Rego

Consultora especializada em Recursos Humanos, destaca-se por atuar nas áreas de treinamento & desenvolvimento, gestão de pessoas, gerenciamento de projetos e relacionamento com os clientes.

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