Vacinação e planejamento podem salvar PMEs

Vacinação e planejamento podem salvar PMEs

 

Nos últimos meses, desde o início da pandemia no Brasil, mais especificamente, tenho sempre tentado buscar pesquisas e estudos que possam nos ajudar a entender e enfrentar melhor os desafios provenientes da oscilação do mercado nacional e internacional em função dos desdobramentos da Covid-19. E nem sempre os números indicam o que realmente gostaríamos de ver, mas um estudo recente (divulgado no início de maio de 2021) realizado pelo Sebrae, apontou que 54% dos pequenos negócios poderão retomar o faturamento para um nível pré-pandemia até o dia 18 de agosto, caso o andamento da vacinação no país se torne acelerado. 

Sim, este índice é animador considerando principalmente o fato de que as Pequenas e Médias Empresas – PMEs, representam 9,5% milhões de empresas. É importante dizer ainda que esta pesquisa traz um recorte nos setores menos atingidos pela crise – como comércio de alimentos, saúde e educação – e que, por isso, podem ter uma reação mais rápida. Foi divulgado ainda que no Brasil, a estimativa é de que aproximadamente 700 mil PMEs tenham encerrado suas atividades em 2020 em decorrência da pandemia.

Bruno Quick – Diretor Técnico Nacional do Sebrae, explica que “no estudo sobre o ritmo de vacinação no Brasil, prevemos que milhões de pequenos negócios podem retomar seus níveis de atividades até 18 de agosto”. Para o Diretor Técnico, para que isso seja possível o Sebrae estruturou um plano de apoio dividido em três fases:

1) Onde estamos agora, com ações voltadas no apoio dos pequenos negócios e na abertura de novos mercados (digitalização das empresas), melhoria das finanças do negócio e desenvolvimento de ações de políticas públicas junto ao Congresso e ao Governo Federal.

2) Quando entrarmos na fase de flexibilização das medidas de isolamento social, reforçamos a importância de continuar observando os protocolos de higiene e saúde com orientações aos empreendedores na renegociação de dívidas e empréstimos, e suas possíveis remodelagens.

3) Pós-vacina, onde apoiaremos os novos negócios que deverão surgir, promovendo o aumento da produtividade das empresas, e incentivo à inteligência de negócios visando o mercado consumidor que está atualmente em constante mudança.

E é claro que os resultados desse estudo podem nortear ações estratégicas para os pequenos negócios. Isso porque além da vacinação, será preciso recorrer mais do que nunca a uma visão e desenvolvimento de ações estratégicas sustentadas por um planejamento estruturado. Lembrando ainda que, como bem definiu Sâmara Bié- especialista em planejamento estratégico e inteligência comercial, “planejar refere-se ao ato de pensar em um futuro esperado e, elaborar um plano de ação para que se chegue até esse cenário. É importante entender que o planejamento estratégico é uma abordagem que tem a função de direcionar a organização e seus membros na busca de um objetivo comum, isto é, todos caminharão em uma única direção e sentido”.

 

No entanto, para criar esse objetivo, é fundamental fazer análise do atual cenário, ver quais são os riscos, oportunidades e as ameaças, bem como analisar de que forma contrapor as adversidades, corrigir as deficiências e usufruir do sucesso. Neste processo, o próximo passo seria então implantar metodologias e ferramentas (que estão disponíveis no mercado) usadas para transformar as estratégias em resultados almejados.

Com isso, frisamos mais uma vez a importância de manter atualizada as métricas do seu negócio, fluxo de caixa de pelo menos 12 meses, D.R.E. (demonstrativo de resultado do exercício) gerencial e, por consequência, o budget.

Por fim, nos resta torcer para que a vacinação avance em ritmo acelerado e que novas e importantes estratégias resultem em processos e planejamentos cada vez mais assertivos.

 

 

BENITO PEDRO VIEIRA SANTOS

Especialista em Reestruturação de Empresas

 

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