2023: mercado agitado exige mais cautela dos líderes

Em todo início de ano, existem inúmeras especulações no que se refere as tendências e desafios que os empresários vão enfrentar ao longo dos próximos 12 meses. E o que ninguém pode dizer de 2023, mesmo que ainda estejamos no segundo mês do ano, é que ele começou de forma tranquila ou até mesmo previsível.

O mês de janeiro foi marcado por uma preocupação mundial em relação aos juros altos, que não é uma exclusividade do Brasil nesse momento. Logo, com o custo de capital maior, o endividamento/crédito se torna mais caro para empresas, pessoas no geral e até mesmo o Governo. E isso leva a uma redução natural do consumo. Mas não é só isso, durante os primeiros dias do ano o que vimos também foram empresas de tecnologia demitindo em massa seus colaboradores. Grandes grupos divulgando rombos bilionários, prejuízos recorrentes indicam que fundos de investimentos devem desacelerar nesse primeiro semestre.

É claro que, todas essas informações por si só preocupam. Mas é preciso considerar também que em um ano de recuperação pós-pandemia como o de 2022, é de se esperar que resultados não sejam alcançados e que as empresas sejam obrigadas a rever seus planejamentos e estratégias para os meses que estão por vir. Mais ainda, todas essas movimentações e divulgações devem ser vistas pelas empresas e líderes como mensagens de alerta. Em momentos de turbulência e/ou incertezas, quem está no comando precisa redobrar sua atenção e tomar decisões com ainda mais cautela.

A boa notícia é que, na contramão das grandes companhias que vivem momentos complexos no Brasil e no mundo, por aqui os pequenos e médios negócios cresceram 1,9% em 2022, de acordo com o índice Omie de Desenvolvimento Econômico*. Entre os fatores analisados, estão a retomada da economia em comparação com 2020 e 2021 e o maior controle da pandemia de Covid-19.

A alta do comércio foi de 5,5%, puxado pelo crescimento do setor varejista. Os de maior resultado foram os negócios na agropecuária, com avanço de 16,7%. Nos dados por região, o Centro-Oeste (7,9%) se destaca como a de maior crescimento econômico, seguido pelo Sul (6,1%) e Sudeste (4,3%). As PMEs das regiões Norte e Nordeste apresentaram retração financeira de 10,3% e 2,1%.

Ainda sobre o perfil de consumo e pagamento adotado, o levantamento também mostra que o cartão de crédito foi a principal opção dos consumidores, pelo benefício do parcelamento e por possibilitar as compras mesmo com a inflação elevada, representando mais de 52% dos pedidos pagos no ano. Mas o principal destaque ficou para os pedidos pagos com Pix, que passaram de 6% para 22%.

Os estados que apresentaram maior faturamento no último ano foram:

São Paulo (R$1,3 bilhão)

Minas Gerais (R$289,5 milhões)

Rio de Janeiro (R$189,4 milhões)

Ceará (R$150,6 milhões).

As PMEs venderam 46,5 milhões de produtos online, quantidade 4,5% superior ao volume de 2021. Ou seja, esse talvez seja um dos principais caminhos para enfrentar os momentos mais desafiadores. Para continuar a crescer e para manter um negócio vivo na atualidade é preciso se reinventar, investir em abordagens e estratégias também no digital, independentemente de onde sua empresa esteja ou o tamanho dela. Apesar da cautela, o pé precisa estar firme no acelerador, rumo a um 2023 desafiador, mas repleto de oportunidades.

 

*Fonte:https://www.biznews.com.br/pequenos-e-medios-negocios-faturaram-r-27-bilhoes-com-vendas-online-em-2022/

 

Benito Pedro Vieira Santos

CEO da Avante – Especialista em Governança Corporativa e Reestruturação Empresarial.

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