Pedidos de falência, desemprego e dívidas resumem o primeiro trimestre no Brasil

Pedidos de falência, desemprego e dívidas resumem o primeiro trimestre no Brasil

Quem acompanha meus artigos sabe que eu busco sempre mostrar o que tem acontecido no mercado de uma forma imparcial, além de tentar apontar caminhos e dar orientações aos empresários neste momento de crise na qual a nossa economia está submetida. Mas nem sempre as notícias são boas, e nestes momentos precisamos analisar mais ainda o cenário para desenvolver possíveis estratégias e até mesmo nos preparar, na medida do possível, para o que está por vir. 

 

Na Avante, lidamos com empresas dos mais diversos tamanhos e segmentos, por isso tenho contato direto com os empresários e seus desafios diários para não deixar seu respectivo negócio morrer. E considerando o último ano, e no mínimo os próximos meses, estes desafios não vão parar de aumentar em relação aos desdobramentos do Coronavírus. 

 

Neste contexto, sei bem (como empresário também) que as preocupações são inúmeras, mas sei também que mesmo que as notícias não sejam animadoras ou otimistas, ser realista e “pé no chão” são características indispensáveis neste momento. Abaixo, relaciono três pontos que requerem atenção dos nossos empreendedores, independente do tamanho do seu negócio, localização e setor.

 

Pedidos de falência aumentam

 

Dados anuais do levantamento do Serasa Experian apontam que o número de pedidos de falência subiu em março, invertendo tendência de queda registrada desde fevereiro do ano passado. A alta foi de 58,3% em comparação ao mesmo mês de 2020, para 95 registros – em relação a fevereiro, houve aumento de 13,1%. O setor de serviços puxou o indicador, com alta de 96,6% no número de falências requeridas contra março do ano passado, para 57; enquanto na indústria a alta foi de 46,7% para 22. O comércio ficou praticamente estável, com 15 pedidos de falência. Os números são uma clara indicação do efeito do agravamento da pandemia do Coronavírus no país.

 

Brasil terá a 14ª maior taxa de desemprego do mundo em 2021

 

Segundo levantamento da agência de classificação de risco Austin Rating, o Brasil deverá registrar em 2021 a 14ª maior taxa de desemprego do mundo. O ranking é feito a partir das novas projeções do FMI para a economia global. O levantamento compara os índices oficiais dos países e as projeções do FMI para 2021 para um conjunto de 100 economias. O país fechou o ano de 2020 em 22º lugar. Em 2019, o Brasil ficou na 15ª posição. Em 2016, estava na 27ª colocação.

 

Dívida dos brasileiros bate recorde

 

Segundo dados do Banco Central, o comprometimento da renda das famílias brasileiras com dívidas bancárias chegou a 31,1% em dezembro, pico da série histórica. O número reflete a parcela dos salários usada para pagar juros e amortizações de empréstimos. Em outras palavras, a cada R$ 100 de renda, sobram menos de R$ 70 para o pagamento das demais despesas. O endividamento das famílias também é recorde: 56,4% da renda total. Além disso, os atrasos entre 15 e 90 dias chegam a 3,65% nas famílias e 1,69% para empresas. Em dezembro, os percentuais eram de 3,24% e 1,52%, respectivamente.

 

Sim, são números e perspectivas assustadoras a médio e longo prazo. O ponto aqui, pensando em quem está no comando e à frente das empresas no país, é não desistir. Por mais desanimador que seja, é importante lembrar também que somos um povo aguerrido e que já enfrentou outras crises antes. Mais do que isso, a pandemia não vai durar muito mais considerando que a vacinação segue acontecendo e que o cenário mundial já tem demonstrado considerável retomada e melhoria. 

 

Portanto, fique firme! Se chegou até aqui, aguenta mais um pouco. Busque alternativas criativas e inovadoras para não deixar de faturar e para estender a sobrevivência da sua empresa no mercado. Não é fácil, mas é possível. E se precisar, conta com a Avante. 

 

BENITO PEDRO VIEIRA SANTOS

Especialista em Reestruturação de Empresas

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