Não é nenhuma novidade dizer que os últimos dois anos têm sido desafiantes – para não dizer desesperador, para muitos líderes, empreendedores e empresários no Brasil e no mundo. Apesar da situação hoje está controlada, a pandemia não acabou e o surgimento de novas variantes do vírus tem feito com que o mercado, bem como o otimismo dos brasileiros, oscilem muito.
E já sabemos também que com a mudança brusca e cultural da qual fomos submetidos repentinamente, novos hábitos e rotinas foram criados, e em um processo de retomada gradativa, isso significa dizer também que novos desafios farão parte das empresas para os próximos anos neste sentido também.
Segundo pesquisa realizada e divulgada pelo LinkedIn, os líderes no Brasil estão entre os que mais se preocupam com as mudanças no trabalho causadas pela pandemia. O ranking global mostrou que 80% dos gestores se sentiram pressionados com as novidades de local de trabalho e de flexibilidade. O Brasil está apenas atrás da Holanda e Irlanda – com 93% e 82%, respectivamente. Segundo o estudo, as mudanças vieram principalmente pela demanda dos funcionários, e em segundo lugar, por regras governamentais.
Perceba o quanto estes números são representativos: essa demanda veio principalmente dos funcionários (46%), que passaram a pleitear maior poder de escolha sobre onde e quando trabalhar. Entre outros fatores, aparecem também o governo (38%), a própria liderança da empresa (35%), investidores (32%), concorrência (27%) e imprensa (23%).
Segundo Ana Claudia Plihal, executiva de Soluções de Talentos do LinkedIn, essas diferenças são causadas, muitas vezes, pelas culturas e pela situação da economia de cada localidade. Ao mesmo tempo em que os líderes estão se sentindo pressionados, eles também estão otimistas com o novo cenário – 80% se dizem otimistas sobre a capacidade de liderar uma força de trabalho híbrida. “A possibilidade do trabalho remoto, parcial ou integralmente, abre uma série de opções e modelos que estão mudando, inclusive, a relação dos profissionais com o trabalho”, afirma.
Neste contexto, as habilidades necessárias para a gestão de equipes também estão sendo repensadas para atender este novo modelo de trabalho. De acordo com a pesquisa, os executivos brasileiros consideram a adaptabilidade (52%) e a comunicação (48%) como competências essenciais para reagir a estas mudanças. Na lista, aparecem ainda empatia (44%), integridade (41%), capacidade de inspirar (41%), liderança inclusiva (36%) e confiança (35%).
Ao todo, 40% dos executivos afirmam ainda que pretendem oferecer uma nova política de trabalho flexível a longo prazo, enquanto outros 14% dizem que vão oferecer trabalho flexível a médio prazo. Cerca de 38%, no entanto, acham que essas mudanças são de curto prazo.
Apesar dessa diferença em relação ao futuro, a grande maioria dos líderes (93%) está introduzindo cursos de treinamento para ajudar gerentes e funcionários a se adaptarem a esse novo momento, o que é uma excelente notícia e percepção dos líderes.
De fato, não é possível sabermos ao certo o que o futuro próximo nos reserva, mas no mínimo precisamos estar atentos a estes sinais e nos preparar para a constante adaptação de agora em diante.
BENITO PEDRO VIEIRA SANTOS
CEO da Avante Assessoria Empresarial – VP do Grupo Alliance
Especialista em Reestruturação de Empresas