A recente decisão dos EUA de aplicar tarifas de 50% sobre as importações brasileiras, a partir de agosto de 2025, levanta um alerta importante para o comércio internacional.
Apesar de os EUA registrarem superávit com o Brasil, o argumento oficial parte de uma retórica política — especialmente ligada ao julgamento do ex-presidente Bolsonaro — e não de fundamentos econômicos sólidos.
Na prática, setores como agronegócio, autopeças, energia e aeronáutica devem ser diretamente impactados, com perdas bilionárias em exportações e risco de retração em cadeias produtivas.
O consumidor americano também sentirá os efeitos: preços mais altos para produtos como café, suco de laranja e carne bovina.
O Brasil já sinalizou que responderá com medidas legais na OMC e ações de reciprocidade tarifária, além de reforçar alianças comerciais com blocos como BRICS, Europa e África.
O cenário exige diplomacia estratégica, articulação internacional e defesa firme da competitividade brasileira. A grande questão é: temos governo com articulação e preparo para isso?
Em vez de enfrentar o desafio com pragmatismo, o atual governo tem atribuído o problema a ações do ex-presidente. No entanto, acreditar que um deputado tem mais influência em Washington do que o Itamaraty revela mais sobre nossa fragilidade institucional e falta de protagonismo diplomático do que sobre qualquer agente externo.