Muito se fala sobre fórmulas financeiras mágicas para que as empresas se salvem caso atravessem um período de crise. Com certeza a preocupação com as finanças deve existir, não deve ser um fator único.
Uma Pesquisa Demografia realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 2015, aponta que cerca de 713,6 mil empreendimentos foram fechados naquele ano.
Surpreende perceber, segundo revela a pesquisa, que problemas financeiros, inadimplência de clientes, falta de linha de crédito e de capital de giro respondem apenas por 25% dos motivos para encerramento das atividades. Os 75% restantes estão ligados a dificuldades relacionadas às questões produtivas.
A visão é compartilhada por Benito Pedro Vieira Santos e por Pedro De Cillo, respectivamente diretor e engenheiro de produção da Avante Assessoria Empresarial. “Normalmente o problema de uma empresa em dificuldades não está no Departamento Financeiro e sim na operação, em especial na área produtiva, onde se concentra a maior parte da mão de obra e dos processos que consomem recursos. Quando se produz de maneira ineficiente e com baixa produtividade, o reflexo é direto na tesouraria, criando uma ilusão que mascara a realidade e leva o empresário a não perceber o verdadeiro motivo de suas aflições”.
Pelo peso do custo que o processo produtivo tem na operação e pelo valor imobilizado em tecnologia produtiva, seria razoável colocar neste setor o que há de melhor em gestão e investimentos. Porém, devido às dificuldades no cenário nacional, encontramos mais pessoas atuando no Financeiro que na Engenharia e Industrialização.
O que deveria ser a atividade fim, por causa da conjuntura financeira torna-se secundária, levando em médio prazo a operação à obsolescência pela falta de investimento em novas tecnologias e aumento da produtividade.
Hoje são muitos os problemas enfrentados pela área produtiva, mas o principal erro é permitir a deterioração e obsolescência da fábrica, dos equipamentos e dos processos. A despreocupação no investimento em tecnologia e modernização são, basicamente, os principais vilões.
Pedro De Cillo exemplifica outra série de erros que contribuem com a deficiência da área produtiva:
- A falta de investimento na manutenção preventiva do parque fabril. Alguns Gestores optam pela manutenção corretiva, o que acaba por se mostrar mais cara, mais ineficiente e muito arriscada.
- A falta de atenção ao quadro funcional. Em qualquer ramo de atividade empresarial são as pessoas que realizam as tarefas, portanto, sendo ou não empresas de alta tecnologia, indústria ou serviço, o ser humano ainda deve ser o centro das atenções.
- Não perceber que a luta por produtividade tem sua importância minimizada, esquecendo que não há lucro sem produtividade.
- Baixos índices de qualidade, frequentes interrupções da produção por problemas técnicos ou por paradas desnecessárias e mal programadas, além de desperdício de recursos materiais e funcionais.
- Falta de monitoramento e de ações preventivas.
Manutenção Preventiva e Monitoramento
As indústrias, de modo geral, se deterioram diariamente e a competência está na capacidade do empresário em prever correções e manter o investimento em dia.
Para o engenheiro da Avante, o monitoramento e a manutenção preventiva constituem a maneira mais inteligente de evitar perdas por parada de produção. É uma receita simples e eficaz, aplicada com sucesso há mais de um século.
A eficiência está no desenvolvimento de métodos de análise, na medição dos resultados e no adequado tratamento das causas dos problemas encontrados, acompanhados por treinamentos contínuos dos profissionais envolvidos.
É importantíssimo medir os resultados comparando-os a um padrão pré-estabelecido, tomar as ações necessárias para a correção dos resultados e, na sequência, voltar ao início do processo repetindo o ciclo continuamente.
Os cinco caminhos para otimizar a produção:
- Medir os resultados obtidos;
- Comparar com o projetado;
- Planejar ações de melhoria;
- Implantar as ações planejadas;
- Voltar ao primeiro caminho: medir os resultados obtidos.
Outro ponto, destaca o Eng. Pedro De Cillo, é que um plano de investimentos em tecnologia é essencial para viabilizar o negócio. Na falta de recursos para este investimento, a terceirização pode ser uma excelente opção. Deve-se procurar migrar parte ou todo o processo produtivo com empresas tecnologicamente mais preparadas.
Um fator muito importante também é o investimento em materiais e insumos produtivos.
Processos produtivos eficazes
O objetivo final de uma indústria deve ser a eficiência. A primeira dimensão a ser analisada, é a capacidade de investimento com base em um bom projeto que defina claramente, qual o resultado que se pretende alcançar.
Há fábricas no Brasil que são referências de eficiência e produtividade, mesmo quando comparadas a subsidiárias em outros países acostumados ao investimento contínuo.
Uma indústria bem gerida e moderna consome boa parte dos recursos de uma empresa, porém, por outro lado, pode vir a ser um excelente cartão de visitas, refletindo em bons clientes, saúde financeira, acionistas e funcionários satisfeitos.
O sucesso está no estudo de um projeto adequado que analisa não só os aspectos relacionados ao mercado consumidor, financiamento para o investimento e expectativa de receitas e lucros, mas também pela análise dos competidores, notadamente aqueles que fazem melhor e/ou mais barato. Não devemos ter apego emocional e relutar ao encontrarmos alguém que nos ofereça um resultado economicamente mais viável. Terceirizar é o caminho!
“Steve Denning, autor do chamado “O Ciclo PDCA”, teve a eficácia de seu sistema de solução de problemas e melhoria contínua comprovada durante décadas na indústria. Tecnologias para otimização da produção, para investimentos em processos produtivos estão disponíveis no mercado oferecendo inteligentes e eficientes soluções”, explica o engenheiro.
Importante destacar que cabe ao empresário estar aberto às novidades, mantendo um networking ativo em busca de informações, conhecimentos e, principalmente, em aceitar sempre a ajuda externa. “Dificilmente alguém sozinho consegue tocar sua atividade e ao mesmo tempo explorar novidades de maneira isolada, e neste sentido, a Avante Assessoria Empresarial e sua equipe bem preparada podem ajudar e contribuir muito”, finaliza Benito Pedro.
Pedro de Cillo – Engenheiro de Produção
Benito Pedro Vieira Santos – Diretor Executivo